Moda
[8 Lojas de Departamento Relevantes no Brasil]: Perfil para uma compra mais responsável!
Somos facilmente atraídos pelos layouts das lojas de departamento, com vitrines e produtos expostos de forma deslumbrante que nos convidam a entrar e criar uma experiência de compra.
Por trazerem um mix de produtos com peças do vestuário, cosméticos, aparelhos eletrônicos e objetos de decoração; as Lojas de Departamento, em sua maioria, contribuem para a democratização da compra ao disponibilizarem produtos de boa qualidade e com preços acessíveis.
Essa mudança na forma de consumir altera a maneira com que as pessoas buscam informações, tanto sobre as marcas quanto sobre as empresas que produzem aquilo que compram. Antes, criar um desejo e oferecê-lo com shapes e cores diferentes ao consumidor era algo comum, atualmente, as coisas estão mudando de figura.
Não basta a maquiagem ou a roupa serem pensadas e adaptadas ao estilo pessoal de cada pessoa, agora, a maior preocupação está no processo de produção desses produtos e como cada rede trabalha com as questões sociais e sustentáveis – a própria sociedade passa a cobrar essa atitude das empresas.
Pensando nestas questões, separamos 8 Lojas de Departamento relevantes no Brasil para comentar brevemente a forma de atuação de cada uma. Destacar os diferenciais das marcas – história, processos, serviços, causas – é importante, pois consumir em lojas que atendem seus critérios e defendem suas pautas incentiva o mercado a fazer o mesmo!
Índice de Conteúdo
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C&A:
História:
Tudo começou em 1841, quando os irmãos Clemens e August fundaram a primeira loja na Holanda, colocando as iniciais de seus nomes para nomear a marca. Apenas em 1976 que a C&A se instalou em terras brasileiras, tendo sua primeira loja no Shopping Ibirapuera (SP). Desde então, a rede implementou no Brasil o modelo de varejo de moda e demais segmentos de produto com o lema: vender o melhor da moda por preços justos – Se tornando esta Loja de Departamento que conhecemos!
Trazendo para si um compromisso de democratizar o acesso das brasileiras ao mercado do vestuário, a rede criou a C&A Collection, coleções que são desenvolvidas com a colaboração de celebridades e estilistas renomados. Reinaldo Lourenço, Alexandre Herchcovitch, Fergie e Beyoncé foram algumas das parcerias que trouxeram peças exclusivas e acessíveis as lojas de departamento da rede.
Confecção:
Com uma cadeia de criação e produção dentro da companhia, a rede conta com um grupo de especialistas para desenvolver coleções próprias.
Atualmente a empresa possui mais de 11 marcas próprias, algumas delas são: Jinglers (linha de Jeans), ClockHouse (coleção voltada para jovens adultos), WestBury (linha masculina), Rodeo Sport (linha esportiva) e Baby Club (linha para bebês). Aposto que você já deve estar familiarizada com alguma delas!
Em relação ao segmento da Moda Plus Size, a C&A possui a linha Flaminga, que é destinada ao público feminino para vendas on-line. É possível encontrar peças que vão até o 70 e EXGG, porém a variedade de modelos nestes tamanhos ainda é reduzida. Sobre o público masculino, a C&A não desenvolveu até então uma coleção específica, mas há a venda de peças em seu e-commerce.
A marca já desenvolveu ações direcionadas ao público Plus Size em busca de mostrar a diversidade, como é o exemplo da “Entre na mistura Jeans”. Mas a proposta teve uma repercussão negativa do público por conta da modelo selecionada no vídeo. Esta campanha trouxe discussões importantes para o mercado da Moda sobre “O que é ser Plus Size?” e “Como, de fato, podemos representar e atender bem esse público?”.
Em 2018 a C&A lançou o projeto Mindse7, uma nova proposta para pensar e fazer moda. Com referências do cotidiano, das ruas e das redes sociais, o projeto passou a criar semanalmente coleções-cápsulas menores comercializadas exclusivamente pelo e-commerce.
Projetos Sociais e Ambientais:
– 1991: Fundação do Instituto C&A. organização sem fins lucrativos e de interesse público, que tem como foco promover e qualificar o processo de educação de crianças e adolescentes no Brasil.
– 2009: Disponibiliza anualmente um relatório de sustentabilidade referente ao desempenho socioambiental da empresa.
– 2010: Programa de Coleta de Lixo Eletrônico. Celulares, baterias e pilhas recebem descarte correto e 40% do material reciclado é usado na produção de cabides.
– 2010: Primeira rede do setor a assinar o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, que busca criar ferramentas para impedir que empresas comercializem produtos de fornecedores que usem trabalho irregular.
– 2017: Movimento ReCiclo. Programa de reciclagem que permite com que consumidores da rede descartem suas roupas usadas em urnas e após triagem, as peças são direcionadas aos parceiros da C&A para reutilização ou reciclagem.
– 2018: Campanha #VistaAMudança. A C&A lançou a meta da empresa de, em até 2020, ter 100% dos produtos de algodão confeccionados de forma mais sustentável. Outra meta desafiadora foi de desenvolver 67% dos produtos com materiais que visem a sustentabilidade.
Marisa:
História:
Com todo o conhecimento que recebeu de seu pai sobre confecção de acessórios, Bernardo Goldfarb, em 1948, fundou a Marisa Bolsas. O sucesso da loja permitiu com que, dois anos depois, a Marisa Malhas fosse criada e expandida para diversos estados do Brasil. Hoje, com mais de 70 anos de mercado, a Marisa se tornou uma das maiores Lojas de Departamento referência em moda feminina e lingerie.
Para oferecer comodidade e dinamismo, a rede criou o modelo de loja “Marisa Ampliada”, que passou a ofertar em um único ambiente um mix de produtos para a família toda.
Confecção:
A Marisa possui parceria com mais de 450 confecções espalhadas pelo país e o objetivo da empresa é seguir ampliando. Essa captação de fornecedores regionais é pensada para melhorar a distribuição dos seus produtos por todo o Brasil.
Uma curiosidade é que a Marisa, em 1999, foi a primeira rede de moda brasileira a abrir um e-commerce. Mais tarde, em 2010, o site virtual ganhou um serviço inédito, o “Sua Medida”, uma ação que as clientes poderiam inserir medidas de seu corpo para receber sugestões de produtos com tamanhos próximos ou mais indicados.
Desde 2008, a Marisa disponibiliza a linha “Special for You”, um segmento que abrange do manequim 48 ao 54 para o gênero feminino e masculino. As coleções dessa linha propõem trazer roupas para diversas ocasiões, mas é válido ressaltar que o segmento masculino, em relação ao feminino, não recebe tanta atenção. Em relação a loja física, é possível encontrar araras sinalizando o segmento, só que as peças normalmente não são dispostas em uma parte nobre da loja, ficando mais escondidas.
Por ter uma cara adulta e sóbria, a coleção Plus Size foi segmentada em uma linha jovem que também trazia peças do 48 ao 54, mas com um estilo moderno e uma modelagem mais atual. Para representar o início da coleção, a blogueira Plus Size Juliana Romano se tornou a representante da linha inicial. Recentemente, em 2018, a Marisa lançou uma coleção Plus Size em parceria com a atriz, apresentadora e youtuber, Mariana Xavier.
Projetos Sociais e Ambientais:
2009 – Início ao desenvolvimento do Programa de Auditoria de Fornecedores, com a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) sobre trabalho escravo, junto ao Ministério Público do Trabalho. O objetivo é monitorar de forma contínua a cadeia de fornecimento de seus produtos.
2009 – Parceria com o Instituto Ethos para gerir a rede. O Instituto é responsável por mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável.
Obs: A marca não dá muita visibilidade aos consumidores sobre a criação e confecção de seus produtos, assim como a participação da rede em projetos sociais/ambientais.
Riachuelo:
História:
A história dessa Loja de Departamento começou em 1947, com a abertura da loja “A Capital” (RN), pelos irmãos Nevaldo e Newton Rocha. Quatro anos depois, com a instalação de uma pequena confecção em Recife (PE), a loja passou a expandir seus pontos de venda. Apenas em 1956, os irmãos Rocha fundaram o Grupo Guararapes Confecções, responsável por administrar as lojas de departamento Riachuelo e Wolens.
A Riachuelo é uma rede varejista destaque por integrar três processos em seu negócio: o varejo, a indústria e o financeiro.
Confecção:
Responsável pela parte de criação e confecção têxtil, a Riachuelo traz em seu site o compromisso de manter moderno o parque fabril e os centros de distribuição, mas também seguir investindo na pesquisa de produto. Por conta disso, a rede possui cerca de 10 marcas próprias, cada uma com identidade visual e público específicos, como por exemplo a marca Pool – lançada em 1982 para o público jovem.
Em 2012, a rede lançou uma linha de produtos femininos Plus Size que atende da numeração 46 a 54. Os produtos são facilmente encontrados no e-commerce, enquanto na loja física isso não acontece devido as peças ficarem misturadas nas araras.
A ideia de não discriminar a mulher gorda e mostrar que ela pode ter a mesma peça que a mulher magra é muito boa, mas na prática em loja, não são todos os modelos que possuem tamanhos maiores. E isso pode tornar a experiência das consumidoras cansativa, pela busca, e desconfortável, por não encontrar o que a marca disponibiliza online.
A Riachuelo decidiu, em 2017, criar uma linha de lingerie para Plus Size, atendendo do manequim 46 a 52. A ideia foi desenvolver peças modernas e confortáveis que unissem a sensualidade da renda com o conforto de alças mais largas e lateral reforçada. Apesar deste lançamento, há certa dificuldade em encontrar peças íntimas nos tamanhos maiores tanto em loja física quanto no e-commerce.
Projetos Sociais e Ambientais:
– Share Place: ferramenta que incentiva a reutilização de móveis e acessórios de Visual Merchandising. Assim, materiais que seriam inutilizados por uma loja podem ser reaproveitados por outro ponto de venda da rede.
– Processo de reciclagem de tecidos: As fábricas Guararapes vendem as aparas têxteis para empresas que as desfibrilam, fazendo uso deste material para fabricação de outros produtos.
– 2005: Programa Pessoa com Deficiência. A rede oferece oportunidades de trabalhos para pessoas com deficiência para além das cotas exigidas pelo Ministério do Trabalho.
– 2016: Parceria com a Report: Sustentabilidade, para elaborar uma análise de suas iniciativas relacionadas à sustentabilidade e de entender e aprofundar os impactos de suas ações.
– 2016: Parceria com a PlataformaVerde™, companhia que garante a rastreabilidade dos resíduos para assegurar o descarte correto e legal.
– 2017: Programa de Gestão de Resíduos Sólidos. O objetivo deste programa é controlar a coleta, o transporte e o destino dos resíduos. Após o reabastecimento das lojas de departamento com produtos Riachuelo, os caminhões retornam ao Centro de Distribuição (CD) com os resíduos recicláveis gerados por elas.
Renner:
História:
A Renner foi inaugurada em 1922, na capital do Rio Grande do Sul, como parte do grupo A. J. Renner – indústria fabril de Porto Alegre. De início, a marca oferecia artigos têxteis, até que em 1940 a cartela de produtos foi ampliada a ponto da mesma passar a operar como uma Loja de Departamento. O ano de 1965 é marcado pelo crescimento e pela independência das marcas que formavam o grupo A. J. Renner. Foi o período em que a companhia Lojas de departamento Renner S.A. nasceu e se apresentou ao mercado pela qual conhecemos.
Em 2002, a rede Renner passou por uma série de reestruturações. As coleções da marca passaram a ser desenvolvidas a partir de cinco estilos de vida – reflexo dos interesses, valores, personalidades e hábitos dos clientes.
A marca também vem investindo arduamente na automação dos seus processos e na readequação das atividades para um desenvolvimento ambiental/sustentável.
Confecção:
Diferente das demais Lojas de Departamento, a Renner não aposta em coleções assinadas por estilistas famosos. Para o presidente da empresa, José Galló, a ideia é criar, internamente, as coleções e assim manter a identidade da marca sobre a moda. Em paralelo, o processo de desenvolvimento segue acompanhando as tendências e novidades nacionais/mundiais para lançar entre sete a oito coleções por ano.
Um destaque da empresa está na iniciativa de acelerar a transformação digital dos seus processos. A rede traz em seu site, de forma clara e transparente, todos os projetos realizados ou em andamento, dentre eles: acordo de cooperação com o Parque Científico e Tecnológico da PUC-RS, experimentos para distribuição e alocação de produtos em loja através de data-driven e apoio de startups no processo de captura de tendências.
No total, a Renner possui 20 marcas próprias, como: BlueSteel (Segmento Jovem), Maternity (Segmento Gestantes), Ashua (Segmento Plus Size) e Teddy Boom (Segmento Infantil). Com lançamento recente em 2016 no e-commerce, a marca Ashua surgiu como uma linha de moda curve e plus size que atende do manequim 46 a 54.
Em 2018, a Renner lançou a primeira loja física da Ashua em Porto Alegre (RS). A proposta da rede foi oferecer ao público mais do que uma seção em loja, mas um espaço completo que criasse uma ótima experiência de compra com: roupas modernas e versáteis, funcionárias gordas, provadores amplos e de fácil mobilidade. Atualmente, a Ashua possui três unidades físicas.
Projetos Sociais e Ambientais:
– 1995: Código de Conduta que orienta administradores e colaboradores sobre os princípios éticos e de responsabilidade socioambiental.
– 2010: Adesão às diretrizes do Global Reposting Initiative para orientar a divulgação de temas relevantes relevantes para a sustentabilidade das empresas.
– Desde 2013 a Lojas de departamento Renner disponibiliza em seu site relatórios anuais sobre as relações com seus investidores. Nestes relatórios é possível encontrar informações sobre estratégias, fornecedores, gestão ecoeficiente, serviços e projetos sustentáveis.
– 2018: Lançamento do Selo Re. O projeto piloto faz uso de Blackchain para a rastreabilidade do produto na cadeia produtiva e, assim, avançar com o monitoramento dos fornecedores.
– 2018: Reafirmaram o compromisso com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Princípios de Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres).
– Concurso Reinvente. estudantes, profissionais e demais interessados de todo o Brasil tiveram a oportunidade de apresentar projetos com soluções para todos os elos da cadeia de valor do varejo de moda, dentro do conceito de sustentabilidade e economia circular.
You Com:
História:
Pertencente ao grupo Renner, a marca Youcom possui lojas, conceito e público independentes. Antes de ter uma loja física, entre 2012 e 2013, a rede abriu sete filiais piloto da marca Blue Steel – um dos segmentos de confecção da Renner. O sucesso das lojas resultou na estreia da Youcom no Shopping Bourbon Pompeia (SP) e na transformação das demais filiais da Blue Steel para essa nova linha jovem.
A Youcom é voltada para o público jovem, entre 18 e 35 anos, e atua como um modelo de negócios que mescla Loja de Departamento e Butique. Com a proposta de trazer o “DNA Jovem” em cada coleção, a marca tem como um de seus objetivos “questionar e desconstruir antigos padrões”.
Confecção:
Para se diferenciar das demais lojas de departamento e do seu grupo de gestão, a Youcom conecta o seu centro de desenvolvimento com a opinião dos consumidores. Para isso, o grupo de criação coloca os jovens no centro de decisão e até contratam clientes para serem modelos e darem suas visões sobre as coleções.
A ideia da marca é aproximar-se do cliente e assim, criar uma relação de identificação com os consumidores através de propagandas e peças do vestuário. A busca por tendências e novos produtos fez com que a Youcom adotasse uma rotatividade de coleções acelerada. Contando com oito coleções por ano, a marca investe nessa mudança para trazer informações de moda cada vez mais rápidas e atuais. Vale ressaltar que a marca não tem uma linha direcionada ao público Plus Size, possuindo peças que vão até o tamanho GG apenas.
Em 2017, a marca jovem inaugurou um núcleo de criação colaborativa, o Youlab. Um projeto que reúne movimentos, consumidores e time de marketing da marca no parque científico Tecnopuc, em Porto Alegre.
Projetos Sociais e Ambientais:
– 2018: Jeans for Change. Um projeto que incentiva o reaproveitamento dos jeans descartados pelas consumidoras. O descarte do jeans em qualquer loja Youcom garante desconto para a compra de um novo e o material é pensado para entrar novamente na cadeia de produção.
– Blog da marca conta com informações, iniciativas e projetos que auxiliam no reaproveitamento de produtos.
Forever 21:
História:
No subúrbio de Los Angeles, em 1984, surgia a Fashion 21, uma loja familiar idealizada pelo casal sul-coreano Dong-Won Chang e Jin Sook. Com a ideia de criar pequenas Lojas de Departamento, o casal encontrou a solução de desenvolver sub-marcas que atingissem públicos distintos, mas ao mesmo tempo mantivessem uma linha moderna e descolada.
O sucesso da loja foi tanto que os fundadores trocarem o nome para Forever 21 e em conjunto investiram na abertura de outra unidade. Com o passar dos anos, a rede sofreu uma repaginação. A estratégia de venda foi modificada, contanto com ambientações modernas, vitrines atrativas e, consequentemente, no boom da marca.
Sob o olhar de Linda e Esther Chang, ambas responsáveis pelo marketing e visual merchandising, a ideia de reestruturar a marca deve ser constante. O desejo das herdeiras está em modernizar a marca em relação a criação e desenvolvimento de peças, de forma que nem tudo na indústria da moda seja taxado como cópia.
Confecção:
A Forever 21 se destaca como uma das varejistas de maior sucesso no mercado norte americano, chegando ao Brasil apenas em 2014 em São Paulo. Mundialmente conhecida pelos seus preços baixos e seus produtos modernos, a rede opera a loja sob vários conceitos além da tradicional Forever 21, como: Heritage 1981 (linha de roupas e acessórios vintage), HTG81 Kids (linha infantil), ForLove 21 (linha de acessórios), Forever21+ (linha Plus Size), 21Men (linha masculina de roupas e acessórios), entre outras.
Sobre a confecção, a Forever 21 não possui muita visibilidade sobre o processo e iniciativas de projetos que visem questões éticas, sociais e sustentáveis. Algumas fontes apontam que 30% da produção da rede está em Los Angeles, enquanto o restante se concentra em países como China, Paquistão e Vietnã.
Sobre o segmento Plus Size, a Forever 21 possui uma linha própria voltada para Plus e Curve, que atende do manequim 46 a 56 – mas a maioria dos produtos ainda se concentra no e-commerce, um serviço de compra digital que ainda não está disponível no Brasil.
Infelizmente, no começo de 2019, relatos de consumidoras Plus Size viralizaram nas redes sociais. Várias mulheres trouxeram à tona a experiência de abrir suas encomendas da marca e junto delas receberem barrinhas de cereais diet. Por conta da notícia reverberar entre os internautas, trazendo discussões importantes sobre Gordofobia e Cultura da Dieta, a marca se posicionou com um pedido de desculpas e a consequente remoção das barrinhas nas encomendas.
Projetos Sociais e Ambientais:
– Parceria com a I: Collect (I: CO®), fornecedora líder global para a coleta, reutilização e reciclagem de vestuário, calçados e outros produtos têxteis, para prolongar a vida útil de roupas e calçados indesejados para ajudar a reduzir o desperdício de aterros.
– 2004: Associação ao PETA para cumprir diretrizes que evitam a crueldade contra os animais nos processos de produção.
– 2016: Assinou o compromisso com a Responsible Sourcing Network’s cotton pledge. O intuito é utilizar matéria-prima, no caso o algodão, de fornecedores alinhados a iniciativas sociais e sustentáveis.
– No e-commerce há listado uma série grupos que a Forever 21 se associa para realizar programas de caridade, como: ASPCA (The American Society for the Prevention of Cruelty to Animals), Starlight Foundation, The American Red Cross, Japan Disaster Relief, Soles 4 Souls.
GAP:
História:
Conhecida por ser uma das maiores Lojas de Departamento dos Estados Unidos, a GAP foi fundada em 1968 na cidade de São Francisco. Criada, inicialmente com o nome The Gap, pelo casal Donald e Doris Fischer, a loja norte americana se estabeleceu como um negócio de multimarcas que revendia Levi’s, peças básicas e até discos de vinil. Em 1972, a GAP foi pioneira na área do varejo a lançar roupas com a sua própria marca, um fator que contribuiu para que se consolidasse no mercado com a sua linha de roupas casuais e versáteis para o dia-a-dia.
No ano de 1983, a rede ampliou com a compra da marca Banana Republic e, no mesmo período, a própria GAP remodelou seu visual e logotipo. Apenas em 2013 que a rede chegou no Brasil, sendo inaugurada no JK Iguatemi e no Morumbi Shopping, ambos em São Paulo.
Confecção:
Com ajuda do CEO Millard Drexler, a GAP alcançou um sucesso tão estrondoso que se tornou um símbolo da geração X – marcada pela rebeldia e subversão dos valores sociais. Hoje, a marca é amplamente conhecida por uma pegada streetwear com visuais básicos e casuais, mas que funcionam e transitam facilmente em qualquer guarda-roupa. A marca é caracterizada por oferecer peças básicas que prezam pelo conforto e pela qualidade, mas sem abandonar a praticidade de usar e se identificar.
No geral, a GAP busca projetar coleções que conversem com qualquer estilo ao trazerem peças em denim, camisetas brancas, calças cáqui e moletons confortáveis. Além de atender ao vestuário feminino e masculino, a empresa oferece outros segmentos, como: GapKids (linha infanto-juvenil), BabyGap (segmento infantil), GapMaternity (linha gestante), GapFit (linha esporte).
Sobre o desenvolvimento criativo, a GAP desenvolve coleções exclusivas para a Gap Outlet e as lojas de fábrica Gap. E dentro de sua rede, ela também é gestora de marcas como Banana Republic, Old Navy, Athleta e Hill City; as quais todas possuem e-commerce para compra. Em relação ao segmento Plus Size, a marca ainda não possui uma linha direcionada a este público, mas a marca Old Navy segue com a linha Women’s Plus.
Projetos Sociais e Ambientais:
– Gap For Good: Um projeto que traz o compromisso da marca em criar produtos mais sustentáveis e gerar experiências que não apenas criem um mundo melhor, mas inspire as pessoas a agir de forma responsável.
– Associados ao Better Cotton Initiative para fornecer, até 2021, um algodão mais sustentável que garanta o apoio ao cultivo responsável em todo o mundo.
– 2016: WashWell Program, a proposta da marca está na diminuição de 20% de água durante os processos de lavagem do denim.
– Anualmente a GAP realizada doações para o grupo Our Personal Advancement & Carrer Enhancement (P.A.C.E), um projeto que valoriza o papel da mulher na sociedade. O programa foi inicialmente criado para apoiar as mulheres na indústria global de vestuário.
– Parceria com Arvind Limited na construção de um centro de inovação para redução do consumo de água doce na produção de denin. O prédio está em construção e tem previsão de ser inaugurado em 2019, mas com pleno funcionamento apenas em 2020.
Zara:
História:
Antes da Zara ser inaugurada em 1970 pelo espanhol Amâncio Ortega, o empreendedor da marca perseguiu uma longa trajetória até ingressar no mercado de varejo. O primeiro passo como empresário na área têxtil, em 1963, foi confeccionar com sua família roupões de banho e roupas íntimas.
Com o sucesso dos produtos, o espanhol resolveu apostar no varejo ao fundar um pequeno estabelecimento que vendia roupas femininas a preços acessíveis. Nomeada Zara, a loja se tornou um sucesso tão grande que em menos de uma década outras unidades se espalharam pela Espanha, só que com um mix de produtos cada vez maior. A empresa foi crescendo de forma silenciosa, afastada de publicidade, até que em 1980 a Loja de Departamento Zara começou a conquistar espaços internacionais – chegando ao Brasil em 1999.
Confecção:
O processo criativo da Zara é pensado para captar de forma rápida e eficaz as tendências do mundo fashion e, em apenas três semanas, transformar essas informações em uma coleção. Atualmente, a empresa conta com mais de 700 profissionais em sua equipe de criação para ter uma resposta imediata frente a esse processo – anualmente, em torno de 20 coleções são lançadas.
Em relação aos espaços físicos, a marca recebe novos artigos duas vezes por semanas. A produção de cada coleção é feita em pequena escala, sendo ampliada a confecção apenas com o sucesso das vendas; do contrário, a coleção é tirada de linha.
Sobre a sede de suas confecções, cerca de 60% das mercadorias são produzidas na Europa, enquanto as peças mais elaboradas são mandadas para oficinas localizadas no Peru, Marrocos, Camboja, Tailândia e até mesmo no Brasil.
Pertencente ao Grupo Inditex, a Zara é uma rede de lojas que oferece roupas e acessórios para o público feminino, masculino e infantil. Outras marcar também são geridas pelo Grupo, como a Dutti, Pull and Bear, Oysho, Bershka, Stradivarius, Uterque, Kiddy’s Class e a Zara Home – uma linha de produtos para casa. Vale ressaltar que a marca ainda não possui uma linha própria para o segmento Plus Size.
Ao contrário das demais Lojas de Departamento, o comércio eletrônico da Zara ainda é recente. Em 2010, o e-commerce foi criado para seus principais mercados, como Espanha e Estados Unidos, chegando ao Brasil apenas em 2018.
Projetos Sociais e Ambientais:
– 2015: Recolha de roupa. A rede disponibiliza pontos de coleta de peças nas lojas físicas para prolongar a vida útil da roupa.
– 2018: Parceria com Global Fashion Alliance, um grupo que objetiva inserir a moda na economia circular. Nesta parceria, a Zara assinou um tratado de compromisso para ter uma produção mais sustentável até 2020.
– 2018: Indicada pelo Índice de Sustentabilidade Dow Jones como o principal varejista em cidadania e filantropia pelo quarto ano consecutivo.
– Disponibiliza em seu site um relatório anual que reporta a atuação da empresa frente as pautas/metas sociais e ambientais.
Analisar o perfil das empresas é importante para entender a procedência dos produtos que consumimos e se eles estão alinhados a projetos sociais e sustentáveis, assim como se fazem uso de mão-de-obra justa e legal. O aplicativo Moda Livre é um bom exemplo para ficar de olho nas principais Lojas de Departamento do Brasil! Essa plataforma simples e ágil traça um perfil de cada marca e como elas agem frente a questões sociais e sustentáveis, interessante não é?
O desejável seria que as marcas adequassem os seus processos a projetos slow fashion, mas enquanto a necessidade pelo novo e pelo consumo forem altas, essa mudança por parte das Lojas de Departamento ainda é distante.
Mas ainda sim, podemos consumir de forma mais responsável se acompanharmos de perto a forma que elas atuam!
Comente na caixa de diálogo qual dessas marcas é sua preferida e por quê, ou se conhece alguma outra marca mais alinhada a ações conscientes!
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